Nas últimas semanas o projeto “the 4-day week global” ganhou destaque na mídia. Trata-se de uma experimentação feita no Reino Unido, na qual o colaborador ganha 100% do salário, trabalha 80% do tempo e se compromete a entregar 100% de produtividade, daí se extrai o nome do modelo, 100-80-100.
A experiência foi considerada exitosa, pois 95% das empresas alegaram que mantiveram ou melhoraram o nível de produtividade. Os ganhos com o modelo podem ser significativos, entre eles a possibilidade de diminuir as instalações físicas da empresa e a melhora na qualidade de vida dos colaboradores.
No Brasil alguns cuidados são necessários para implementar modelo 100-80-100, em especial se a empresa for realizar um período de teste.
A jornada de trabalho brasileira é limitada a 8 horas diárias. Não se pode exigir que o empregado do modelo 100-80-100 compense as horas do dia extra de folga nos demais dias de trabalho. Implica dizer que a jornada desses empregados seria de 32 horas semanais.
A empresa deve tomar precauções ao alterar a jornada de trabalho dos seus empregados para implementar a semana de 4 dias de trabalho., É fundamental acompanhar de perto a rotina dos empregados para garantir que a diminuição de um dia de trabalho não os sobrecarregou, pois a empresa continua responsável por garantir a saúde e segurança dos seus funcionários. Há que se considerar que a empresa pode encontrar resistência dos colaboradores caso precise retornar ao modelo tradicional.
O modelo pode significar uma otimização de recursos para os empregadores, mas como qualquer inovação, ele deve ser tratado com prudência para garantir que atinja os resultados almejados, ao mesmo tempo que não crie riscos legais.
Por Jorge Camatta